Bom, galera, a essa altura do campeonato, todo mundo já se tocou que o ENEM tá chegando, não precisa introduzir muito esse assunto. Afinal, estamos todos irmanados, professores e alunos, por alguns objetivos: vencer essa prova, bater esse monte de questões e “fechar” este ano de preparação, com SUCESSO, em especial na Redação!

No meio dessa ansiedade que vai pintando –  é normal –  vão aparecendo também umas estórias mal contadas, uns medinhos injustificados, umas inseguranças… Sempre tem o primo da namorada do seu amigo de sala que disse que na redação do ENEM não pode isso ou que tem que fazer aquilo e… Pronto! Você já fica confuso, pode confessar.

Em primeiro lugar, sempre procure um profissional de redação para tirar sua dúvida, mas umas coisinhas básicas podemos resolver por aqui mesmo. Então, puxa uma cadeira, senta aí, vamos conversar, porque trago verdades! Venha comigo!

1 – Não pode falar mal do governo

Do começo. O que seria, afinal de contas, “falar mal”? Caso estejamos falando de vociferar impropérios, ou usar injúrias, fazer afirmações negativas gratuitas e abusivas, aí não é bom “falar mal” de nada, nem de ninguém, na redação do ENEM ou na vida.

Agora, se estivermos falando em tecer críticas em relação à forma de governo – dizer, por exemplo, que a falta de ação do governo agrava a situação problema – é absolutamente possível e razoável. Os temas do ENEM são sempre de ordem social e é evidente que o governo tem papel nesses assuntos. Basta evitar radicalismos ou discursos muito personalistas.

2- Tem que escrever as 30 linhas

Não, definitivamente não. Não mesmo.

A partir de oito linhas escritos seu texto já será corrigido. Evidente que esse não é um bom número, porque é difícil dar conta de um tema em espaço tão curto.

Por outro lado, a ideia de “esticar” suas ideias para render mais linhas é perigosa. Entenda, há uma sensível diferença entre uma argumentação previsível/superficial e uma confusa. Ao foçar a barra, você pode dar a impressão de estar enrolando e isso prejudica a avaliação da qualidade de argumentação. Prefira, no ENEM, uma argumentação clara e organizada, ainda que concisa.

3 – Precisa de título

Não há nenhuma indicação da banca sobre a avaliação de títulos e estamos cansados de ver redações que receberam nota 1000 mesmo não tendo um.

O título pode ser uma forma de chamar atenção para o seu texto, caso ele seja criativo. No entanto, se for para dar títulos previsíveis – como paráfrases do tema, pode deixar lado. Sabe “Mulher e violência”; “Crime contra a mulher”; “A mulher vítima”; “Basta de violência”? Então, esqueça isso por favor! Sério, pode esquecer MESMO.

4 – Usar primeira pessoa zera o texto

Não zera de jeito nenhum, meu jovem. Pode respirar tranquilo. Não, eu falei respirar, não falei pra usar. Mesmo não correndo o risco de ter seu texto zerado, a verdade é que a primeira pessoa não é bem vista, é, no máximo, tolerada.

Temos casos de textos nota 1000 que utilizam a primeira pessoa do plural – nós – mas só nos verbos (sem usar pronome, please) e de modo localizado, geralmente na conclusão, fazendo referência à sociedade como um todo. Esse uso já é considerado estratégico.

5 – Pode escrever qualquer coisa – tipo receita de bolo – no meio do texto porque eles não leem

Veja bem, meu bem, sinto te informar, mas se fizer isso corre o risco de ter a redação zerada.

Há tempos atrás, quando apareceu a famosa redação com a receita de miojo no meio, não havia nada no edital que justificasse a atribuição de nota zero ao texto. Pois bem, agora há. Excertos propositalmente fora do tema são considerados forma de anulação.

Então, se você tem interesse em garantir a tão sonhada vaga, nada de inventar, escreve direitinho que eu sei que você é capaz.

E é isso, pessoal, espero que pelo menos essas dúvidas não atormentem mais vocês. E que tudo dê certo na hora da prova. Sem bicho de sete cabeças!

Abraços!

Bons estudos!

PenseBem

Professor Bruno