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Será o fim da poluição por plásticos?

A larva da Galleria mellonella, inseto também conhecido como traça-do-favo-de-mel, come sacos plásticos de supermercado no almoço. Ou, para ser mais técnico, é capaz de digerir polietileno, um dos polímeros mais simples da Química, e transformá-lo em etileno glicol, uma espécie de xarope adocicado e muito tóxico que é usado como anticongelante nos motores de carros em lugares frios.

Ela virou notícia após ser descoberta, por acidente, pela bióloga espanhola Federica Bertocchini. A pesquisadora do Instituto de Biomedicina e Biotecnologia de Cantábria, na Espanha, encontrou uma infestação de mellonellas comendo o mel e a cera de suas colmeias no quintal, e precisou limpar a bagunça. Sem suspeitar do estômago de ferro das danadas, colocou todas em um saco. Má ideia. Quando voltou à cena do crime, algum tempo depois, o plástico parecia um queijo suíço de tão furado, e as larvas rastejavam felizes pelo jardim. Em um teste de laboratório, 100 larvas engoliram 92mg de plástico em 12h – um recorde biodegradável. Bactérias capazes de digerir garrafas PET já haviam sido encontradas no Japão, mas não eram tão rápidas.

Teste disponível em: <https://exame.abril.com.br/ciencia/larva-que-come-plastico-pode-ser-arma-contra-poluicao/>. Acesso em 12 jun. 2017.

Vamos concordar que é uma descoberta e tanto, não é mesmo? Todo ano descartamos uma bagatela de 1 trilhão de sacos plásticos, segundo a Earth Policy Institute, e isso sem falar nos demais materiais desse tipo. Bom, os plásticos são polímeros muito difíceis de degradar, ou seja, desaparecer da face da Terra… Na verdade, nada desaparece assim, né? Transformam-se em outros compostos químicos que podem, então, ser consumidos por bactérias e outros microrganismos, ou até mesmo podem ter serventia como adubo etc. Mas o que são esses danados desses polímeros afinal? Eu explico.

 

A palavra ‘polímeros’ vem do grego poli, que significa “muitas”, e meros, que significa “partes”, isso porque as macromoléculas desses compostos originam-se através da ligação de várias unidades de moléculas pequenas denominadas de monômeros.

Por exemplo, o polietileno vem da ligação de várias moléculas de etileno (monômero), como mostrado ao lado. Sendo que “n” varia de 2000 a 50000. Esse é um exemplo de polímero sintético ou artificial, também conhecido como plástico, porém também existem os naturais, tais como a borracha, os polissacarídeos e o glicogênio.

Os plásticos podem ser formados por reação de adição, na qual os monômeros são iguais, como no caso do PVC, poliestireno e polipropileno, ou por reação de condensação (eliminação), como o náilon, o poliéster e o silicone. Existem, ainda, os polímeros de rearranjo, nos quais os monômeros, durante a polimerização, sofrem rearranjo na estrutura da molécula, como no caso do poliuretano.

Os polímeros artificiais são largamente utilizados na medicina, nas indústrias alimentícias, farmacêuticas, automobilísticas, têm muitas utilidades domésticas… Enfim, os plásticos estão dominando o mundo! Como já disse, tais materiais não são facilmente degradáveis, sendo assim, podem custar muitos anos até que ‘desapareçam’ da natureza, por isso estão sendo considerados grandes vilões para os diferentes ecossistemas. Uma alternativa a essa problemática são os plásticos biodegradáveis, também denominados plásticos biológicos ou bioplásticos, que são materiais que se degradam em CO2, água e biomassa, como resultado da ação de certos microrganismos. Os bioplásticos são produzidos a partir da cana-de-açúcar, mamona, amido, entre outros.

Bom, ainda hoje a melhor alternativa é utilizar os plásticos com consciência e reciclar. A maior parte desses materiais que são descartados não é reciclada, o que causa poluição em grande escala e a longo prazo, pois há polímeros que sofrem degradação completa após 100 anos apenas. Quem sabe essas larvas comedoras de polímeros são a solução para esse grande problema!?

 

PenseBem

Professora Flávia

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