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Analógica x Digital x 4G

“No dia 25 de outubro de 2017, o sinal analógico de TV do Rio de Janeiro será desligado e o sinal digital passará a entrar em vigor. Alguns aparelhos de televisão e antenas não estão adaptados para receber tal sinal, para isso, será necessário comprar um kit de conversor e antena para que sua família possa continuar utilizando o aparelho”.

Certamente você já deve ter visto essa informação em algum cartaz, programa ou propaganda por meio de uma paródia cantada por alguma celebridade.

O que aparece é um questionamento:

“Por que vocês vão desligar minha tv e fazer eu gastar dinheiro para vocês ligarem de volta?”.

Às vezes parece sem sentido, mas isso é “culpa” da internet 4G!

Por volta de 2007, a tecnologia de transmissão 4G começou a ser utilizada no planeta e a frequência ideal para se trabalhar com ela é a de 700Mhz. Mais ou menos na mesma época, o Brasil começou a usar a tecnologia 2G e 3G, que trabalham na faixa de 2,6GHz nas metrópoles e 450MHz nas áreas rurais. Com a popularização do 4G, nosso país o implantou nas faixas de 2G e 3G – o que não gera um rendimento ideal -, por isso nosso 4G antigamente não era muito bom, nem os outros G’s.

Sob pressão das empresas de telecomunicações, em 2012, houve o leilão da faixa de 700Mhz que abrange as frequências de 708 a 806 Mhz da banda UHF. Várias empresas participaram do leilão e, dessa maneira, espaços na faixa foram concedidos e as empresas, finalmente, poderiam prestar um serviço 4G de qualidade e com baixo custo.

Lá vem o dedo levantado para tirar dúvida: “Mas o que isso tem a ver com a tv digital?”.

Bom, a faixa de 700Mhz já era utilizada pelo sinal analógico que funciona dos 508Mhz até os 806Mhz na banda UHF. Por conta disso, alguns canais iriam perder o sinal e sumir. A solução foi mudar por completo o modo de transmissão e utilizar uma faixa mais curta, no caso, o sinal digital.

“E qual a diferença entre os dois?”

O sinal analógico é uma transmissão contínua, ou seja, sujeita a variações de intensidade.

Supondo que o sinal máximo fosse 1 e o mínimo -1, o sinal analógico flutuaria entre o máximo e o mínimo, ou seja, poderia ser -0,2 , -0,04, 0, 0,4, 0,9, e por aí vai.

Já o sinal digital é uma distribuição discreta, ou seja, só pode adquirir certos tipos de valores pré-determinados. No caso de um sinal que tem intensidade de 1 a -1, os valores de sinal possíveis seriam apenas 1 e -1, como ocorre com diversos produtos eletrônicos.

Devido a isso, o gráfico se assemelha a uma onda quadrada.

 

“Minha televisão vai melhorar?”

Devido a essa alteração no formato da onda, há menos perda de energia na transmissão, gerando menos interferência, suportando uma maior quantidade de dados, tendo maior alcance e, consequentemente, diminuindo os custos para as empresas de telecomunicação. Além do mais, libera a faixa de 700Mhz para uso do 4G, gerando uma melhoria, também, para as pessoas que usam pacote de dados de internet.

Um aspecto contra essa modificação é que, por causa da proximidade das faixas de frequência do 4G com a da tv digital, é possível ocorrerem, futuramente, interferências entre os dois modos. E, devido ao excesso de uso numa mesma região, isso pode causar interrupção do sinal digital ou da internet, mas certamente isso acontecerá bem menos do que já ocorre no sinal analógico devido a chuva ou vento, dentre outras coisas.

Outro fator contrário é que aparelhos de áudio que utilizavam a faixa de frequência analógica de 508 a 806Mhz UHF deverão apresentar defeitos e serão considerados ilegais, pois estarão num faixa de frequência restrita, como invadir o rádio da polícia com um “walk talk”.

 

Bons estudos!

Professor Guilherme

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