Duas dicas valiosas sobre o uso da crase
“Quem tem frase de vidro não joga crase na frase do vizinho.”
Ferreira Gullar
Segundo Ernani Terra, em sua gramática, a crase provém do grego krasis e significa “fusão”, “junção”. É bem verdade que todos nós já ouvimos diversas vezes que a crase é a fusão do artigo “a” com a preposição “a” e que tal fusão é indicada por meio do acento grave, assim: “à”.
Embora não tenha nada de errado com essa definição, não são raras as vezes em que a mesma soa um pouco vaga para os estudantes e é exatamente por conta disso que surge o medo da crase.
Usar a crase não é difícil, mas é necessário que tenhamos o desejo de aprender e entender verdadeiramente como ela é usada. É para decorar? Não, não é não! É para adivinhar? Não, não é não! É para chutar? Também não! É para aprender e usar o acento grave com segurança e propriedade. Quer saber como?
A seguir, duas dicas valiosas:
- Se você vai A e volta DA, coloque CRASE NO A.
- Se você vai A e volta DE, vai colocar CRASE PARA QUÊ?
Por exemplo:
Joana foi À Espanha. (Ela voltou DA Espanha)
Maurício foi A Portugal. (Ele voltou DE Portugal)
- Quando a palavra seguinte ao “a” for feminina, substitua por outra, masculina. Se a contração “AO” fizer sentido, coloque a crase! Se não fizer, não use o acento grave.
Veja:
Entregamos a carta À empresária. (Fazendo a substituição: AO empresário).
As dicas acima são apenas atalhos para facilitar o uso da crase, o ideal mesmo é que você mergulhe na gramática e saia dela sem nenhuma dúvida, sem medo da crase, pois ela não morde ninguém! Afinal, como disse Ferreira Gullar:
“A crase não foi feita para humilhar ninguém.”
Professora Carolina